O impacto da Covid-19 no setor mundial de Navegação
A grande pandemia da Covid-19, assim classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), começou a aparecer por volta de dezembro de 2020, na pequena cidade de Wuhan na China. O que parecia ser um problema da China, acabou sendo um problema de responsabilidade mundial. Em menos de três meses de sua maior aparição e incidência, o vírus colocou a economia mundial em perigo, parou inúmeras indústrias e serviços, jogando o setor de navegação em águas desconhecidas.
Inicialmente, o país que mais sentiu o impacto do vírus no setor de Navegação foi a China, dado que os seus parceiros comerciais começaram a operar de forma limitada nas exportações do país. Até se chegar justamente ao final do mês de janeiro de 2020, quando um passageiro do Princess Cruises, navio de cruzeiros, que estava na costa do Japão, foi testado positivo para a Covid-19, desencadeando, na China, a maior queda do número de exportações desde 2008.
E a razão do impacto que a Covid-19 tem sobre o setor de Navegação está justamente relacionada à China, visto que é um dos principais exportadores do mundo. A crise no setor de Navegação possui múltiplos fatores, começando com a queda radical na demanda por petroleiros chineses, que foi de uma média de 3,4 bilhões de toneladas de milhas por dia, em 2019, para quase zero em 2020.
Indo para o setor dos Contêineres, que foi a gota da água para a Navegação Mundial, mesmo sendo um setor com menos liquidez, ocorreu uma drástica redução nas taxas e valores. A China está ligada a essa redução, uma vez que a China é o condutor da indústria mundial de Navegação. Quando todos os demais setores dessa indústria estão em crise, todo o resto também passará por sérias dificuldades.
Logo, percebeu-se que o epicentro de toda essa crise do setor de Navegação era o transporte de contêineres devido ao fato de que os produtos contidos em contêineres, produzidos majoritariamente no leste da Ásia, já haviam sido atingidos pelos efeitos da pandemia. Por último, a mão de obra necessária ao transporte destas cargas encontrava-se justamente em isolamento.
Durante todo o mês de fevereiro e março de 2020, as exportações por navegação ficaram praticamente paradas, posto que a prioridade era conter a propagação do vírus, levando a uma queda abrupta na movimentação de contêineres.
As empresas de navegação previam aumentos nos valores de frete para 2020, em função das exigências da Organização Marítima Internacional (IMO) para a redução nas emissões de enxofre. Todas essas previsões feitas para 2020, por conseguinte, caíram por terra em apenas dois meses.
É preciso, contudo, manter a globalização viva, e isto depende do setor mundial de Navegação. Substancialmente importante, assim, que os portos estejam abertos, na medida do possível, igual está fazendo a Itália. Fechar portos não é boa estratégia para a Navegação, nem aos consumidores e muito menos aos governos.
Por outro lado, o impacto da Covid-19 no setor de Navegação pode gerar grandes mudanças, positivamente falando, como afirma o CEO do Banco de Investimentos Aquaa Partenes, Paul Cuatrecasas, que o impacto do vírus pode gerar novos segmentos de investimentos, como a robótica e a “tecnologia limpa”, visando a distribuição da mercadoria em diferentes formas, ocasionando, assim, uma mudança em todo o setor de Navegação.
O crescimento de investimentos nesses novos segmentos da economia pode gerar um substancial crescimento para o transporte autônomo. Isso pode levar a evolução do e-commerce, o uso de drones e mapas 3D.
Desse modo, os impactos da Covid-19 também oferecerão uma possibilidade de mudança de energia distributiva em todos os setores, mas, principalmente, na cadeia de suprimentos e no setor de transporte, isso tudo a curto prazo. Sendo, a Navegação, o conjunto dos dois setores acima citados, nos próximos anos, muito provavelmente, poderemos presenciar uma remodelação da dinâmica do setor de Navegação Mundial.