Vietnã exige que a China retire navios do Mar do Sul da China
No último dia 19, o Vietnã exigiu que a China removesse um navio de pesquisa da área do Recife de Vanguarda que, segundo o país, estaria dentro de sua zona econômica exclusiva, realizando atividade incompatível com o Direito Internacional. Esse navio chinês havia entrado, em 3 de julho de 2019, na área especialmente rica em óleo e gás, acompanhado de inúmeras embarcações de segurança, para realizar atividade de prospecção. Como resposta, o Vietnã enviou para a região suas próprias embarcações. No total, são nove navios vietnamitas, três navios da guarda costeira chinesa e um petroleiro chinês.
Segundo Le Thi Thu Hang, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Vietnã, seu país tentou fazer contato com a China em várias ocasiões, por meio de diferentes canais, entregando notas diplomáticas contra a violação de seus direitos por embarcações chinesas, exigindo firmemente que a China agisse para interromper todas as atividades ilegais e retirasse seus navios das águas vietnamitas. Até agora, esses esforços têm sido em vão.
Por sua vez, a China reivindica o Mar do Sul da China em sua quase totalidade, o que tem incomodado os vizinhos menores ao construir sete ilhas artificiais nas águas disputadas e equipá-las com pistas militares e postos avançados. Em 2014, navios de Vietnã e China estiveram frente a frente quando a Corporação Nacional de Petróleo da China (CNPC) levou uma plataforma petrolífera para zona reclamada pelo Vietnã. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Geng Shuang, pediu a Hanói, no começo da semana, que respeitasse os direitos da China e não fosse adotada nenhuma medida que pudesse aumentar ainda mais a tensão na região.
Há muitos anos, Vietnã e China disputam o controle de porções significativas do Mar do Sul da China. Nos anos de 1970 e 1980, iniciaram-se sérias controvérsias pela soberania das Ilhas Spratly entre China, Vietnã, Brunei, Malásia e Filipinas; assim como pelo controle das Ilhas Paracel, ocupadas pela China desde 1974. A exploração de petróleo ali é uma questão importante para economia global, o que tem causado o aumento das tensões entre os países da região, tendo em vista as diversas controvérsias sobre delimitação marítima, como aconteceu recentemente em polêmica decisão de tribunal arbitral, no caso sobre o Mar do Sul da China, proposto pelas Filipinas, cuja jurisdição não foi aceita pela China.
Notícia produzida por Fabio Oliveira, estagiário do IBDMAR.