China manda Trump ficar fora das disputas sobre o Mar do Sul

Numa entrevista concedida em língua inglesa para a NBC News, a China enviou em alto em bom som a mensagem de que a discussão sobre a soberania do Mar do Sul da China não concerne os Estados Unidos.

Os comentários vieram em reação à declaração feita pelo Secretário de Imprensa da Casa Branca, Sean Spicer, afirmando que os EUA irão combater a tomada de territórios internacionais pela China.

“Podem haver divergências ou reivindicações controversas sobre essas ilhas, mas isso não concerne os Estados Unidos”, disse Lu Kang, porta voz do Ministério Chinês das Relações Exteriores.

Durante a entrevista, Lu Kang frisou que a região não se trata de território dos Estados Unidos, e nem de território internacional, como Spicer havia afirmado. O porta voz sugeriu que sua soberania é um assunto a ser discutido apenas entre a China e seus vizinhos.

As “alfinetadas” de Trump contra a China
Ainda como presidente eleito, Trump já vinha assumindo posturas que contrariam os interesses chineses.

“Eles [os chineses] não vêm jogando de acordo com as regras, e é hora deles começarem. Eles irão começar”, disse Trump em um dos seus dircursos de vitória no estado americano de Iowa.

Antes mesmo de tomar posse, Trump quebrou anos de protocolo ao receber uma ligação do líder de Taiwan. Para os chineses, qualquer reconhecimento da independência de Taiwan é considerado uma quebra do que eles denominam “One China Policy” – referente à política de que há apenas ‘uma China’, apesar da existência de Taiwan – e representa uma afronta diplomática.

Em entrevista ao Wall Street Journal esse mês, Trump afirmou que “tudo está sob negociação, inclusive a política do ‘One China'”. Já o Ministério Chinês das Relações Exteriores deixou claro que não haverá negociações quanto à “One China Policy”.

“Porque essa questão toca num interesse chinês essencial, de forma alguma isso é algo que possa vir a ser negociado”, afirmou Lu Kang, “One China Policy, 100%”.