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14 dezembro 2016

O uso da força pela Coréia do Sul contra a pesca ilegal

A pesca ilegal, que abrange a pesca de espécies abaixo do tamanho mínimo, em quantidades acima da legalmente permitida ou com o uso de redes de pesca em áreas protegidas, leva a uma perda de cerca de 23 bilhões de dólares por ano, de acordo com as Nações Unidas. Além disso, a pesca ilegal próxima ao litoral tem levado os barcos para mais longe, onde a aplicação de leis trabalhistas é mais escassa. A escravidão tem sido documentada em setores pesqueiros de mais de 50 países, de acordo com relatórios do U.S. State Department.

No início do mês passado, a guarda costeira sul coreana efetuou disparos de advertência na tentativa de afastar um grupo de 30 barcos pesqueiros chineses que tentavam resgatar duas embarcações do seu país apreendidas por lanchas sul coreanas, acusadas de pesca ilegal.

Apesar dos repetitivos disparos advertindo-os a tomar distância, alguns dos barcos chineses tentaram se chocar com o navio da guarda costeira e mais tiros foram dados em direção aos navios. Após 45 minutos e cerca de 600-700 disparos efetuados, os barcos chineses finalmente se retiraram. As duas embarcações detidas, juntamente com sua tripulação de 20 pessoas foram transferidos para a cidade de Incheon.

O conflito foi precedido por meses de crescente violência e marcou o primeiro uso significante de força de combate na Coreia do Sul desde a autorização proferida em outubro pelo governo para o uso desse tipo de força.

Seul aprovou a autorização logo após o naufrágio de uma lancha sul-coreana por uma embarcação chinesa no mês passado, que representou uma resposta da China dias após a morte de três pescadores chineses num incêndio, que ocorreu quando a guarda costeira da Coreia do Sul arremessou granadas.

O barco chinês havia se recusado a parar a pesca ilegal na zona econômica exclusiva (ZEE) coreana.

Inteligência artificial: A nova solução para a pesca ilegal? 

O mecanismo de reconhecimento facial conhecido comumente como uma ferramenta utilizada por policiais para identificar criminosos está atualmente começando a ser utilizado no combate à pesca ilegal.

Em vez de literalmente reconhecer os rostos, o software rastreia os movimentos de barcos pesqueiros para identificar comportamento ilegal. Em breve ele deverá ainda ser desenvolvido para identificar se uma embarcação carrega peixes protegidos ou ameaçados de extinção.

Os mais recentes esforços têm vindo do estado norte-americano da Virgínia, onde se situa o TNC (The Nature Conservacy), que lançou uma competição na internet através do site Kaggle, com o objetivo de elaborar um software para identificar espécies específicas de peixes.

Como parte de sua campanha para reduzir a pesca ilegal na região, o TNC irá trabalhar com os governos de Palau, Micronesia, e Ilhas Solomon e Marshal para instalar o software, gratuitamente, em monitores eletrônicos de alguns barcos pesqueiros.

“Nós deveríamos tratar os oceanos mais como nós tratamos o espaço. Se tivéssemos essa falta de visibilidade nos céus, seria uma loucura”, afirma Melissa Green, diretora científica da empresa Pelagic Data Systems.

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